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SOLO9VIOLA

SOLO9VIOLA por Evandro Meneses

SOLO9VIOLA com música original e arranjos de músicas tradicionais pelo músico Evandro Meneses é um espetáculo único da Viola dos dois corações. Do original ao tradicional, passando por história da música dos Açores, numa viagem pelas suas 9 ilhas, é o objectivo deste espetáculo, destacando assim o instrumento mais único da nossa região. "Sinto-me confiante e com grande sentido de responsabilidade" expressa Evandro Meneses. "No final, estarei a representar um instrumento tão nosso, por isso é necessário demonstrar, em aproximadamente 60 minutos, toda a potencialidade da Viola. Tenho o grande objetivo de demonstrar desde o mais simples e tradicional, ao mais complexo e erudito."

"A minha inspiração para a composição desta obra tem sido abrangente" continua o músico. "Uma das grandes dificuldades de compor para viola a solo é tentar que a música não se sinta despida, que não seja a tradicional melodia com baixos. Tento sempre que haja uma ambiência à volta de todos os temas compostos. É claro que uma das minhas principais inspirações é Carlos Paredes, seja nos seus temas, seja na sua técnica, sinto que é uma boa referência para este tipo de projeto e obra."

Produtor de SOLO9VIOLA e diretor artístico da MiratecArts, Terry Costa, desafiou o jovem a criar este espetáculo com o intuito de construir algo que pode muito bem representar os Açores pelo mundo. "Temos que confiar e investir nos nossos jovens artistas para levar mais além o que é de referência neste arquipélago, por isso pretendemos promover este espetáculo como um cartão postal dos Açores para o mundo" avança Terry Costa.

SOLO9VIOLA recebeu sua estreia mundial no Festival Cordas na ilha do Pico e seguiu logo caminho para outras paragens...

 

Rafael Carvalho escreve sobre SOLO9VIOLA

SOLO9VIOLA - uma viagem musical que recomendo
por Rafael Carvalho

Começando com sonoridades originais de Evandro Meneses para Viola da Terra, das suas influências da música tradicional, música clássica, mas onde “os meus ouvidos ouvem”, um pouco, também, de Alcino Frazão. Segue-se um segundo andamento, com modas tradicionais de todas as Ilhas dos Açores, com uma limpeza de execução, usando as técnicas tradicionais do instrumento, do ponteado ao rasgueado, e preenchendo com bordões, alternando entre as várias técnicas, cada qual adequada à moda ali representada.

Finaliza num 3.º andamento, “numa linguagem mais contemporânea”, com recursos tímbricos, vocalizes, rasgueados e afins, numa conjugação de tudo o que representa o percurso musical de Evandro Meneses, atualizando-o, e trazendo outras sonoridades para a Viola da Terra. Um concerto em 3 andamentos que pode e deve percorrer os palcos da nossa região, do nosso país e deve pisar palcos internacionais, pois retrata o passado, presente e futuro da nossa Viola, neste desafio da MiratecArts, que Evandro Meneses soube abraçar.

Não é preciso “inventar” muito, querer ser muito. É preciso compreender a natureza do instrumento, as suas raízes, as técnicas de execução que melhor lhe são adequadas, e que existem há tantos anos, por algum motivo. Aplicá-las, e CRIAR! Parabéns ao Evandro Meneses. Acredito que foi preciso esse desafio para dares aquele passo necessário e que todos os que te conhecem e acompanham o teu percurso esperavam de ti

 

Professor José Sousa escreve sobre SOLO9VIOLA

No passado dia 10 assisti a um Grande concerto de Evandro Meneses. A música e os jogos de luzes fundiram-se de forma fantástica. Música para Viola da Terra Solo.
SOLO9VIOLA em Três andamentos.
1º andamento é uma bela “manta de retalhos” inspirada na música de Carlos Paredes. Está cheia de pequenos motivos muito bonitos.
2º andamento é um medley com 9 modas das 9 ilhas açorianas. Muito bem conseguidas as passagens entre elas. Foi fluente e natural.
3º andamento para mim o mais erudito tem uma série de técnicas que andam entre a guitarra portuguesa, guitarra elétrica e guitarra clássica. É outra “manta de retalhos” baseada em pequenos motivos entrelaçados por um motivo principal lindíssimo.

O concerto foi tão interessante que o ouvinte fica durante a execução de toda a obra preso ao imprevisível. Ficamos sempre à espera do motivo seguinte em suspensão sem saber quando acaba e não querendo que acabe. Foi deveras surpreendente pela sua imprevisibilidade. A execução foi excelente cheia de agilidade, mestria, musicalidade e simplicidade.
Sabe tão bem sair do Teatro Angrense a cantarolar certas melodias ponteadas durante o concerto.
Bravo EVANDRO!!! Que essa paixão pelo nosso instrumento nunca acabe.
E um OBRIGADO ao Terry Costa e MiratecArts por acreditar neste rapaz.

 

SOLO9VIOLA para as 15 partidas do mundo…por Bruno Bettencourt

SOLO9VIOLA para as 15 partidas do mundo…

Nos tempos que correm, onde a procura da inovação e do desconhecido são norma, surge, em quase contraciclo, a revitalização de elementos identitários que se esbatiam com o passar dos anos. Quase contraciclo porque, apesar de elementos já existentes, a revitalização dos mesmos surge aliada à inovação e projecção no futuro. As Violas portuguesas são um dos exemplos mais flagrantes deste fenómeno, pelo seu importante momento de vitalidade. Se a nível nacional vai surgindo um movimento, cada vez maior, de valorização deste património de cordas de arame, nos Açores esta movimentação vem ainda mais de trás. A comprová-lo estão os frutos e ramificações que vão surgindo, em especial, há cerca de uma década e meia. Tal como já foi referido noutra ocasião, são cada vez mais aqueles que se debruçam sobre a Viola nos Açores, materializando e desvendando desde o contexto tradicional até ao mais erudito, passando por outros estilos mais ou menos consensuais. A Viola vai sendo exposta, mostrando-se e dando-se ao mundo com todo o seu potencial. Chamemos-lhe Viola Açoriana, neste contexto. Todos (ou quase!) sabemos que designações pode ter ou que designações teimam em querer dar-lhe: Terra, Regional, Terceirense, Corações, Óculo, 12 cordas, 15 cordas e até 18 cordas. Tudo junto ou cada termo por si: chamem-lhe o que lhe quiserem chamar! A sua “simples” existência, o seu passado e futuro, cada vez mais risonho, são superiores a qualquer rótulo que se lhe queira colocar. O tempo pede que a celebremos e que não o percamos em preciosismos.

Serve a premissa anterior para referir uma obra chamada SOLO9Viola, resultado de um desafio da MiratecArts e do Terry Costa. Um trabalho que reúne tudo o que foi referido acima e que, após estreia absoluta no passado mês de Setembro, subiu ao palco do Teatro Angrense no passado dia 10 de Dezembro. Evandro Meneses, compositor da mesma e intérprete, trouxe à ilha que o viu nascer este momento onde, a solo - ou melhor - em duo com a Viola Açoriana (de 15 cordas, no caso), se abriu à assistência, mostrando todo o seu génio musical. Três andamentos, três paisagens que resumiram o tal tempo que não se quer perdido, e o renovaram a cada “tique-taque” do compasso dos segundos. Nas palavras do próprio compositor, o tríptico tem como primeira referência o trabalho que vem sendo feito actualmente com o instrumento, seguindo-se uma abordagem a temas tradicionais de cada uma das ilhas que por cá estão, finalizando com uma aproximação a outras potencialidades, assim como, a algumas perspectivas musicais futuras que a Viola permite. Três partes que se unem, tal como as ilhas que viram nascer o instrumento que as faz brotar. A assistência é apreendida pelo mesmo motivo que nos cativa cada uma das ilhas: cada uma com a sua beleza particular, desafiando-nos de forma inesperada ao longo de toda a viagem.

A ambiência cénica. Uma vez mais, tal como os outros aspectos referenciados, não havia palco, luz ou amplificação sonora, não havia elementos separados. O trabalho do Rodrigo Rodrigues na amplificação sonora e do Paulo Gomes “Serreta” na luminotecnia permitiram à assistência assistir a um todo, uma união que foi a sustentação do âmago do espectáculo: a Viola. Atrás dela esteve Evandro Meneses que, sobre ela, colocou as mãos, dedos e arte. Às técnicas de execução da Viola, juntaram-se as da Guitarra Portuguesa, as da Guitarra Clássica e outras que trouxeram ainda mais inovação, tal como o “slide” e a percussão. A sonoridade levou-nos por diversas ambiências, assim como pelas influências de grandes vultos na obra do compositor. Naquela primeira parte navegou-se. A assistência sentiu-se uma viagem marítima. A viagem que trouxe os primeiros para estas ilhas, uma viagem que apesar de ter a embarcação como base sempre presente, foi sentindo todas as nuances que só o mar pode dar, assim como os diferentes motivos musicais de um primeiro andamento. Depois da chegada, o estabelecimento. O surgir das raízes em cada um dos nove mundos que compõe esta nossa partícula, de onde brotaram as inolvidáveis melodias a que hoje chamamos tradicionais e que, são parte efectiva da nossa constituição (e condição) de ilhéus, tal como todas as outras células e moléculas que se moldam em nós. E é esta união entre nove melodias que prossegue em segundo andamento. Voltando ao início, a revitalização da Viola Açoriana surge aliada à inovação e projecção no futuro, tendo como base sólida toda a sua existência, desde a raiz, e respeitando tudo aquilo que a faz ser Viola. Ainda assim, é permitida a experimentação e diferentes abordagens, aquilo a que se convencionou chamar de sonoridade contemporânea, sonoridade que marca um terceiro andamento.

Um concerto e uma obra que são maiores do que a margem da ilha, que a desafiam e se transformam numa ponte que permitirá levar a viola ao mundo, correndo as suas 15 partidas, uma por cada corda, trazendo de volta o mundo que complementa a unicidade da matriz de cada um de nós. Muitos parabéns Evandro Meneses, muitos parabéns Terry Costa, o mundo destas ilhas e todo o outro estão à espera e merecem ter este SOLO9VIOLA. Assim haja(m) vontade(s)!

Bruno Bettencourt
Texto escrito em “desacordo ortográfico”.

 

OCS: podem publicar estas fotos quando falam do projeto SOLO9VIOLA; por favor dar crédito: Ricardo Caetano Fotografia

SINGLE

RÁDIO: o single SOLO9VIOLA (00:03:30) está disponível; requisite via info@mirateca.com

EVANDRO MENESES

Músico & Compositor
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